** PALAVRAS... QUE FALAM POR MIM AQUILO QUE AS VEZES AINDA NEM PENSEI C0M TAMANHA CLAREZA, OU LOUCURA...OU AINDA COM UMA IDEIA CONTRÁRIA AS POR MIM CONHECIDAS... ATÉ POR PURA FELICIDADE ENCONTRA-LAS, DE FORMA INTIMA. OU, DESENVOLVE-LAS, A PARTIR DE UM NOVO PONTO DE VISTA.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
ALBERT EINSTEIN.
27/02 NIVER. E.A
** SINTO MUITO, NÃO O FAREI. TENTAREI EM AÇÃO, MUDAR MINHA REALIDADE, QUEM SABE ASSIM, POSSA AJUDAR OUTROS A MUDAREM A SUA.
ABRAÇO A TODOS E OBRIGADO PELO CARINHO PARA COM ESTE RELES MORTAL!!!
CHEGA-SE A MARTE, MAS NÃO SE CHEGA AO PRÓXIMO.
( TRECHO DO DISCURSO DE JOSÉ SARAMAGO. AO RECEBER O PRÊMIO NOBEL E LITERATURA / 1998 ).
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
** A CRIANÇA QUE VOCÊ PÔS NO MUNDO PESA DEZ LIBRAS. É FEITA COM OITO LIBRAS DE ÁGUA E UM PUNHADO DE CARBONO, CÁLCIO, AZOTO, SULFATO, FÓSFORO, POTÁSSIO E FERRO. VOCÊ DEU A LUZ A OITO LIBRAS DE ÁGUA E DUAS LIBRAS DE CINZAS. ASSIM CADA GOTA DO SEU FILHO ERA O VAPOR DA NUVEM, O CRISTAL DA NEVE, DA BRUMA, DO ORVALHO, DA ÁGUA DA NASCENTE E DA LAMA DE UM ESGOTO. MILHÕES DE COMBINAÇÕES POSSÍVEIS DE CADA ÁTOMO DE CARBONO OU DE AZOTO.
VOCÊ APENAS REUNIU O QUE JÁ EXISTIA.
OLHE A TERRA SUSPENSA NO INFINITO. O SOL, SEU PRÓXIMO COMPANHEIRO, ESTA A CINQUENTA MILHÕES DE MILHAS. NOSSO PEQUENO PLANETA NÃO É MAIS QUE TRÊS MIL MILHAS DE FOGO RECOBERTO POR UMA PELÍCULA QUE TEM APENAS DEZ MILHAS.
SOBRE ESTA FINA PELÍCULA, UM PUNHADO DE CONTINENTES JOGADOS ENTRE OS OCEANOS.
SOBRE ESTES CONTINENTES, NO MEIO DAS ÁRVORES, ARBUSTOS, PÁSSAROS E ANIMAIS - O RUÍDO DOS HOMENS.
ENTRE ESTES MILHÕES DE HOMENS, ESTA VOCÊ, QUE DEU À LUZ UM HOMEM A MAIS. O QUE É ELE??? UM GALINHO, UMA POEIRA - UM NADA.É TÃO FRÁGIL QUE UMA BACTÉRIA PODE MATÁ-LO; UMA BACTÉRIA QUE AUMENTA MIL VEZES É APENAS UM PONTO NO CAMPO VISUAL.
MAS ESTE NADA É IRMÃO DAS VAGAS DO MAR, DO VENTO, DO RELÂMPAGO, DO SOL, DA VIA LÁCTEA. ESTE GRÃO DE POEIRA É IRMÃO DA ESPIGA DE MILHO, DA RELVA, DO CARVALHO, DA PALMEIRA, IRMÃO DE UM PASSARINHO, DO FILHOTE DO LEÃO, DE UM POTRINHO, DE UM CÃOZINHO.
NESTE NADA HÁ QUALQUER COISA QUE SENTE, DESEJA, OBSERVA; QUE SOFRE E QUE ODEIA; QUE É FELIZ E QUE AMA; QUE TEM CONFIANÇA E QUE DUVIDA; QUE ACOLHE E QUE REJEITA.
ESTE GRÃO DE POEIRA ENCERRA EM SEU PENSAMENTO AS ESTRELAS E OS OCEANOS, AS MONTANHAS E OS PRECIPÍCIOS. E O QUE É A ESSÊNCIA DA ALMA SENÃO TODO O UNIVERSO. FALTANDO APENAS SUAS DIMENSÕES? É ESTA A A CONTRADIÇÃO INERENTE AO SER HUMANO: NASCIDO DE UM QUASE NADA, DEUS ESTA NELE.
( JANUSCK KORCZAK IN COMO AMAR UMA CRIANÇA ).
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
FERNANDO PESSOA IN DESASSOSSEGO
A QUE ASSISTO?
QUEM É EU?
QUANTOS SOU?
O QUE HÁ É ESTE INTERVALO,
QUE HÁ ENTRE MIM E MIM...
RICARDO REIS
QUEM NOS AMA NÃO MENOS NOS LIMITA.
QUE OS ANJOS ME CONCEDAM QUE,
DESPIDO DE AFETOS,
TENHA A FRIA LIBERDADE DOS PINCAROS SEM NADA.
QUEM QUER POUCO, TEM TUDO;
QUEM QUER NADA É LIVRE...
QUEM NÃO QUER E NEM DESEJA,
HOMEM É IGUAL AOS DEUSES.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
ENTRE CRIATURAS, AMAR?
AMAR E ESQUECER,
AMAR E MALAMAR,
AMAR, DESAMAR, AMAR?
QUE PODE PERGUNTO, O SER AMOROSO,
SOZINHO, EM ROTAÇÃO UNIVERSAL, SENÃO
RODAR TAMBÉM E AMAR?
AMAR O QUE O MAR TRÁS À PRAIA
O QUE ELE SEPULTA, E O QUE, NA BRISA MARINHA
É SAL, OU PRECISÃO DE AMOR, OU SIMPLES ÂNSIA?
AMAR SOLENEMENTE AS PALMAS DO DESERTO,
O QUE É ENTREGA OU ADORAÇÃO EXPECTANTE,
E AMAR O INÓSPITO, O ÁSPERO,
UM VASO SEM FLOR, UM CHÃO DE FERRO,
E O PEITO INERTE, E A RUA VISTA EM SONHO, E UMA AVE DE RAPINA.
ESTE É O NOSSO DESTINO: AMOR SEM CONTA,
DISTRIBUÍDAS PELAS COISAS PÉRFIDAS OU NULAS,
DOAÇÃO ILIMITADA A UMA COMPLETA INGRATIDÃO,
E NA CONCHA VAZIA DO AMOR A PROCURA MEDROSA,
PACIENTE, DE MAIS E MAIS AMOR.
AMAR A NOSSA FALTA MESMO DE AMOR, E NA SECURA NOSSA
AMAR A ÁGUA IMPLÍCITA, E O BEIJO TÁCITO
E A SEDE INFINITA.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
O QUERERES
E ONDE QUERES TERNURA EU SOU TESÃO
ONDE QUERES O LIVRE, DECASSÍLABO
E ONDE QUERES PRAZER, SOU O QUE DÓI
E ONDE QUERES TORTURA, MANSIDÃO
ONDE QUERES UM LAR, REVOLUÇÃO
E ONDE QUERES BANDIDO SOU HERÓI.
( CAETANO VELOSO ).
ANTONIE DE SAINT EXUPÉRY
DÁ ME TANTA TRISTEZA NARRAR ESSAS LEMBRANÇAS! FAZ JÁ SEIS ANOS QUE MEU AMIGO SE FOI COM SEU CARNEIRO. SE TENTO DESCREVE-LO AQUI, É JUSTAMENTE PORQUE NÃO O QUERO ESQUECER.
É TRISTE ESQUECER UM AMIGO. NEM TODO O MUNDO TEM AMIGO. E EU CORRO O RISCO DE FICAR COMO AS PESSOAS GRANDES, QUE SÓ SE INTERESSAM POR NÚMEROS. FOI POR CAUSA DISSO QUE COMPREI UMA CAIXA DE TINTAS E ALGUNS LÁPIS TAMBÉM. É DURO POR-SÊ A DESENHAR NA MINHA IDADE, QUANDO NUNCA SE FEZ OUTRA TENTATIVA ALÉM DAS JIBÓIA FECHADAS E ABERTAS DOS LONGÍNQUO SEIS ANOS! EXPERIMENTAREI, É CLARO, FAZER OS RETRATOS MAIS PARECIDOS QUE PUDER. MAS NÃO TENHO MUITA ESPERANÇA DE CONSEGUIR. UM DESENHO PARECE PASSÁVEL; OUTRO, JÁ É INTEIRAMENTE DIVERSO. ENGANO ME TAMBÉM NO TAMANHO. ORA O PRINCEPIZINHO ESTÁ MUITO GRANDE, ORA PEQUENO DEMAIS. HESITO TAMBÉM QUANTO A COR DO SEU TRAJE. VOU ARRISCANDO ENTÃO, AQUI E ALI. ENGANAR-ME-EI PROVAVELMENTE EM DETALHES DOS MAIS IMPORTANTES. MAS É PRECISO DESCULPAR. MEU AMIGO NUNCA DAVA EXPLICAÇÕES. JULGAVA-ME TALVEZ SEMELHANTE A ELE. MAS, INFELIZMENTE, NÃO SEI VER CARNEIRO ATRAVÉS DE CAIXA. SOU UM POUCO COMO AS PESSOAS GRANDES. ACHO QUE ENVELHECI.
( IN O PEQUENO PRÍNCIPE ).
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Desde mi cielo a despedirme llegas fino orvallo que lentamente bañas los robledos que visten las montañas de mi tierra, y los maíces de sus vegas. Compadeciendo mi secura, riegas montes y valles, los de mis entrañas, y con tu bruma el horizonte empañas de mi sino, y así en la fe me anegas. Madre Vizcaya, voy desde tus brazos verdes, jugosos, a Castilla enjuta, donde fieles me aguardan los abrazos de costumbre, que el hombre no disfruta de libertad si no es preso en los lazos de amor, compañero de la ruta.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas,
o azul convida os meninos,
as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando preguiçosamente uma história sem fim... Sem fim é a aula: e nada acontece,
nada... Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos uma avião entrasse por uma janela e saísse por outra!
( Mário Quintana In Poesia ).
EUGÉNIO DE ANDRADE IN SÉCULO DE OURO.
AS PALAVRAS.
ALGUMAS, UM PUNHAL,
UM INCÊNDIO.
OUTRAS, ORVALHO
APENAS...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
RICARDO REIS
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nos e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem
E nós não desejamos.
ÁLVARO DE CAMPOS
Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
Perante esta única realidade terrível — a de haver uma realidade,
Perante este horrível ser que é haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Este abismo de a existência de tudo ser um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser!
— Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,
Tudo o que os homens dizem,
Tudo quanto constroem,
desfazem ou se constrói ou desfaz através deles,
Se empequena!
Não, não se empequena...
se transforma em outra coisa — Numa só coisa tremenda e negra e impossível,
Uma coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino
—Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,
Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,
Aquilo que subsiste através de todas as formas,
De todas as vidas, abstratas ou concretas, Eternas ou contingentes,
Verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,
Porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar por que é um tudo,
Por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa!
Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstrato
Que sufoco de incompreensível, Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir! Cárcere do Ser,
não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?
Ah, não, nenhuma — nem morte, nem vida, nem Deus!
Nós, irmãos gêmeos do Destino em ambos existirmos,
Nós, irmãos gêmeos dos Deuses todos, de toda a espécie,
Em sermos o mesmo abismo, em sermos a mesma sombra,
Sombra sejamos, ou sejamos luz, sempre a mesma noite.
Ah, se afronto confiado a vida, a incerteza da sorte, Sorridente, impensando, a possibilidade quotidiana de todos os males,
Inconsciente o mistério de todas as coisas e de todos os gestos,
Por que não afrontarei sorridente, inconsciente, a Morte?
Ignoro-a?
Mas que é que eu não ignoro? A pena em que pego, a letra que escrevo, o papel em que escrevo, São mistérios menores que a Morte?
Como se tudo é o mesmo mistério?
E eu escrevo, estou escrevendo, por uma necessidade sem nada.
Ah, afronte eu como um bicho a morte que ele não sabe que existe!
Tenho eu a inconsciência profunda de todas as coisas naturais,
Pois, por mais consciência que tenha, tudo é inconsciência,
Salvo o ter criado tudo, e o ter criado tudo ainda é inconsciência,
Porque é preciso existir para se criar tudo,
E existir é ser inconsciente, porque existir é ser possível haver ser,
E ser possível haver ser é maior que todos os Deuses.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Passou?
Minúsculas eternidades deglutidas por mínimos relógios ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu,
ninguém foi infeliz.
A mão- a tua mão, nossas mãos-rugosas,
têm o antigo calor de quando éramos vivos.
Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta,
passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação,
o ato em si,o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste,
porque te foste.
Deixo essa poesia pra vocês,
aproveitem bem o final de semana e continuo com a minha recomendação, se fizer sol:
abusem do protetor solar!