quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mar de S. Pedro de Moel



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Eu vou ao encontro do mar, irei!
Ouvindo de leve sua fresca canção
Por vielas de saudades, caminhos que nem sei!
Com beijos das lágrimas testemunhas da solidão

Vou rompendo o tempo, que mais há a romper?
Na aridez quase húmida do meu pensamento
Vou ao teu encontro, sem nada para oferecer
A não ser desgostos e o abraço do vento

Mar caminho para te encontrar!
Estou a ir...
Faz com que a tua melodia me incuta a sorrir...
Exige que ela me faça sonhar...

Se mais ninguém me deseja ouvir...

Estou sentado naquele banco de jardim
A pautar recordações, a meio da jornada
Ó mar! Lembras-te quando vinhas até mim?
Cortando desesperos, no auge da madrugada

Com ondas de incentivo ofegantes, remavas
Rumo ao meu efémero coração desconfiado
Tinhas razão, quando em meu peito choravas
Por saber que eu estava apaixonado...

Não continues transtornado, eu não vou desistir
De procurar o caminho, para beber tua calma
Eu vou! Vou... e estou a ir
Com o suspiro enorme da minha alma

Não penses que será a Primavera
A renunciar, uma opinião tão decidida
Quando te contava segredos, lembras-te como era?
Descansa mar...irás ficar com a minha vida

Com sorrisos, horas mortas, dias riscados
Irás ficar com a chuva dormente, enfim...
Mar! Continua a ser o desabafo dos enamorados
Como um dia foste para mim.

E vou ao encontro do mar, irei!
Por vielas de saudades, caminhos que nem sei...

José Correia

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