terça-feira, 24 de novembro de 2009

A PONTE TEM UMA FALSA PROMESSA ROMÂNTICA

EU ERA INTELIGENTE.
DIZIAM QUE EU TINHA TUDO PARA VENCER,
MAS O QUE ACONTECEU ???
( GENE IN A PONTE/. ESCRITO ANTES DE COMETER SUICÍDIO ).

TENHO 50 ANOS.
NÃO TENHO DINHEIRO, COMPANHEIRA, CASA.
EU ME ODEIO, SOU UM FRACASSADO INÚTIL...
( DAVID IDEM GENE ).





Uma das principais atrações turísticas de San Francisco, nos Estados Unidos, esconde em meio à névoa uma estatística nada atraente desde sua abertura em 1937. A Golden Gate Bridge conta com um suicida a cada 15 dias pulando de seu deck a cerca de 80 metros acima da água. É uma queda de 4 a 7 segundos, quase sempre mortal e a aproximadamente 200 km/h.

O inicio deste cenário bucólico caminha lado a lado com o charme e a beleza desta obra que é símbolo da cidade e até do país. Sabe-se que o primeiro suicida já inaugurara esta história acabando com a própria vida dias após a inauguração da ponte. Nos Estados Unidos esta é a estrutura mais fotografada do país. Além disso, também é visitada por aqueles que calculam com frieza absoluta uma morte certa. E fornece, tanto para foto quanto para a morte vários ângulos possíveis.

Já nas locadoras, A Ponte conta várias histórias de familiares e amigos daqueles que colocaram um fim à angústia desta vida jogando-se da ponte Golden Gate. Este documentário analisa a grande atração exercida pela ponte, sua imponência e sua característica de cartão postal em contrapartida a história de tragédia e morte que está ligada a ela. Memórias daqueles que a procuram, especificamente com a intenção de acabar com tudo entre seus pilares.

Não é por acaso, que vários dos entrevistados confessam que a pretensão dos amigos ou familiares suicidas revelavam-se tendenciosas em relação a Golden Gate. Alguns até viajaram a São Francisco especificamente para pular da ponte. Outros narram o instantâneo fascínio de quem a conhece pela primeira vez, alguns o levam as últimas conseqüências, encarando-a como o trampolim perfeito.

Os motivos são quase sempre os mesmos que movem a grande maioria dos suicidas. Um quadro extremamente complexo ao qual não cabe comentário aqui, mas que, para a maioria dos especialistas, quase nunca tem cura. Porém, em uma das histórias há um sobrevivente, que em sua terceira tentativa, escolheu a ponte e sobreviveu com algumas seqüelas para contar a sinistra experiência.



A Ponte (The Bridge, 2006. RU, EUA)
Diretor: Eric Steel
Duração: 93 min.

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