sábado, 21 de novembro de 2015

Foucault afirma, o discurso da repressão parece ser ele mesmo coberto por uma aura de transgressão, como se o próprio falar de sexo e de sua proibição estivesse fora do alcance da lei. Como se fosse em si mesmo um ato revolucionário que promete um futuro libertador (e prazeroso). Isso explicaria toda a gama de sutilezas encontradas ao tratar do sexo em termos de repressão. Na solenidade das falas, na pose, no tom de voz, cheios de consciência da subversão. Como uma pregação, denunciando hipocrisias, revelando uma verdade, prometendo uma felicidade vindoura: “o enunciado da opressão e a forma de pregação referem-se mutuamente; reforçam-se reciprocamente”. 
(FOUCAULT, 1988, p. 13).

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