quinta-feira, 1 de julho de 2010

Importuna e plácida…
Esta chuva que se esbate sobre mim.
Lava a alma, cala a sede
Que se vem entoando desde Abril.
Afigura-se como o sol da época,
Irradiando a imaculada fúria dos céus!
Exclama o azul profundo e tenebroso,
Que alegórico mas ditoso,
Impõe a melancolia de quem o julga assim…
A beleza esconde-se calada
À espera dos que a sabem descobrir.
Ver e tão-somente difícil
Que aqueles que a julgam pressentir
São atirados no tempo
Do tempo que meramente deixou de existir…

A chuva é fugaz e impessoal.
Mas quem não deseja ser assim?
Porque as angústias elevam-me à tristeza
E a tristeza dita agora parte de mim!
E olho em direcção deste vasto céu,
Procurando vislumbrar os mesmos sinais de ti.
E o medo apodera-se de mim
Porque sei que a chuva deixou de cair…

Dante

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