segunda-feira, 26 de abril de 2010

"A maneira de andar como quem busca estrelas pelo chão.
A cabeça a dar contra os muros.
Em cada olho, o mundo como um punhal - cravado.
O pensamento a abrir estradas numa várzea distante.
Diante do mar, a sede, a sede de beber a vida em infinitas viagens.
As garras de gato ante paredes impostas.
A impaciência de que chegue a manhã e a praia, a tarde e o amor.

O coração que bate ao som de fábulas.
Que bate contra rochedos mortos numa praia de cinza onde palpita o primeiro amor.
Coração eterno."

Afonso Felix de Sousa, in autoretrato

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