sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"ando muito completo de vazios.
meu órgão de morrer
me predomina.
estou sem eternidades
não posso mais saber
quando amanheço ontem.
está rengo de mim o amanhacer.
ouço o tamanho oblíquo de uma folha
atrás do ocaso foram os insetos.
enfiei o quanto que pude
dentro de um grilo o meu destino
essa coisas me mudam para cisco.
a minha independência tem algemas."

(manoel de barros,
in 'ignorãças'1993)

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